Cerca de trinta estudantes da Universitat Politècnica de València (UPV) visitaram recentemente a província de Sória para conhecer no terreno o funcionamento dos zimbrais locais, acompanhados pela Associação Florestal de Sória (ASFOSO). Estas massas florestais são muito abundantes na região soriana e estão atualmente a ser estudadas no âmbito do projeto SocialForest, que procura soluções para combater os efeitos das alterações climáticas nas florestas do sul da Europa. Tanto a organização soriana como a instituição académica valenciana fazem parte do consórcio europeu desta iniciativa, financiada pelo FEDER.
O dia de campo incluiu todos os aspetos do funcionamento de um zimbrai em diferentes zonas da província de Sória, desde a reflorestação até à visita ao bosque maduro de zimbros (Juniperus spp.). A atividade começou na aldeia de Alcozar (Langa de Duero), onde a associação florestal promoveu uma reflorestação. Neste espaço, foram mostrados aos estudantes da UPV os trabalhos realizados em terrenos muito degradados e sujeitos à erosão. O grupo deslocou-se depois ao zimbrai do Campoespacio de Abejar para aprofundar os tratamentos silvícolas de melhoria da massa florestal e a sua preparação para uso mais pastoril. Por fim, visitaram o Sabinar de Calatañazor, uma reserva natural que alberga alguns dos exemplares mais antigos e altos desta espécie na Península Ibérica. A jornada de campo foi orientada por técnicos da ASFOSO e contou também com a participação do professor da UPV e investigador do projeto SocialForest, Antonio del Campo.
Gestão para maior resiliência
O zimbro é uma árvore excecional pela sua incrível resistência às adversidades ambientais. No entanto, as investigações desenvolvidas no âmbito do SocialForest indicam que nem mesmo esta espécie está imune às alterações climáticas, embora o impacto seja atenuado quando existe gestão adequada. No caso de Sória, foram amostrados 1.433 pontos de zimbrais em diferentes zonas da província. Nestes, ficou evidente que a capacidade de adaptação às mudanças climáticas melhora significativamente quando se realizam trabalhos silvícolas e quando há pastoreio — algo que os estudantes valencianos puderam comprovar durante a visita.
Estratégia comum contra as alterações climáticas
Financiado pelo programa Interreg SUDOE 2021-2027, o SocialForest reúne nove parceiros de Espanha, França e Portugal, que procuram uma estratégia comum para combater as alterações climáticas nas florestas do sul da Europa.
O projeto é liderado pela Comunidade Autónoma da Região de Múrcia (Consejería de Medio Ambiente, Universidades, Investigación y Mar Menor) e inclui a Associação para o Estudo e Defesa do Património Natural e Cultural do Concelho de Mértola; Universitat Politècnica de València, Departamento de Engenharia Hidráulica e do Ambiente; INRAE Centre Nouvelle-Aquitaine-Bordeaux, UMR 1391 ISPA; Associação Florestal de Sória (ASFOSO); Université Toulouse III – Paul Sabatier, Observatoire Midi-Pyrénées, Laboratoire Géosciences Environnement Toulouse, UMR 5563; Junta de Comunidades de Castilla-La Mancha, Consejería de Desarrollo Sostenible; EDIA-Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva; e Xylofutur.