As cianobactérias, frequentemente designadas por fitoplâncton, são organismos aquáticos unicelulares que podem produzir toxinas (venenos) nocivas para o homem e para os animais. Quando as condições ambientais – temperatura e nutrientes – são favoráveis, podem aumentar massivamente, por vezes em poucos dias, comprometendo a utilização da água para a agricultura, o abastecimento humano, o lazer e, de um modo geral, criando problemas de segurança e saúde. O contexto das alterações climáticas (redução do volume dos caudais de água, irregularidade dos padrões de precipitação, aumento da temperatura e da radiação solar), conduz a um aumento do risco de florações de cianobactérias, a ponto de constituir uma das fontes mais relevantes de poluição das águas superficiais no espaço Sudoe. As estratégias atuais de gestão destes organismos tóxicos, muitas vezes baseadas apenas na remediação após o desencadeamento do episódio de poluição, estão a tornar-se progressivamente mais dispendiosas e menos eficazes devido às alterações climáticas. Isto conduz a um risco acrescido para os utilizadores da água e os ecossistemas aquáticos, bem como a um desafio crescente para os gestores dos recursos hídricos. Neste contexto, o principal objetivo do projeto Cyan’EAU é desenvolver ferramentas e soluções realistas e aceitáveis para os gestores de recursos hídricos em termos de prevenção, deteção precoce e remediação do risco de proliferação de cianobactérias à escala do território Sudoe, como meio de garantir a qualidade da água, a viabilidade da sua utilização para atividades económicas essenciais e a segurança para o consumo humano. A abordagem inovadora da Cyan’EAU permite privilegiar soluções de antecipação (prevenção ou deteção precoce), facilitando a não ocorrência do episódio de poluição e preservando o potencial de exploração, abrindo assim o leque de opções à disposição das autoridades públicas para uma ação precoce, económica e eficaz.