O projeto RePo-SUDOE terá uma participação de destaque no RExPO25, a quarta edição de uma série internacional de conferências que se consolidou como um dos fóruns mais relevantes a nível mundial no campo do reposicionamento de fármacos.
RExPO25 terá lugar em Barcelona, de 24 a 26 de setembro de 2025, reunindo uma comunidade vibrante de investigadores, clínicos, decisores políticos, representantes da indústria, inovadores e pacientes. O programa inclui temas de grande atualidade como Network Medicine, Network Pharmacology, Diagnóstico de Precisão, Inteligência Artificial e Large Language Models, o Espaço Europeu de Dados de Saúde, implementação em sistemas de saúde, reformulação de medicamentos, ensaios clínicos inovadores, propriedade intelectual, avaliação de tecnologias de saúde, cuidados centrados no paciente e o impacto global enquadrado na Agenda 2030 das Nações Unidas.
Neste cenário internacional, o projeto RePo-SUDOE apresentará os seus avanços e objetivos estratégicos através de três contribuições científicas que evidenciam o potencial do reposicionamento de fármacos para responder a necessidades médicas não satisfeitas e posicionar a região SUDOE (Espanha, Portugal e França) como uma referência europeia nesta área.
As contribuições do RePo-SUDOE no RExPO25
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Ana Álvarez – “Drug repurposing for cancer and beyond through the RePo-SUDOE project”
A contribuição de Ana Álvarez aborda um dos maiores desafios em saúde: o cancro, segunda causa de morte e doença na Europa. O reposicionamento de fármacos surge como uma estratégia rápida, custo-efetiva e segura para oferecer novos tratamentos que salvam vidas.
Neste contexto, o projeto RePo-SUDOE identificou o complexo YAP/TAZ-TEAD, regulado pela via Hippo, como um alvo prioritário em oncologia devido ao seu papel central na progressão tumoral. Após uma revisão bibliográfica extensa e a seleção de compostos com potencial disruptivo destas interações, a equipa está a desenvolver protocolos biofísicos estandardizados (SPR e BLI) que garantem resultados precisos e reprodutíveis. Estes avanços reforçam a base científica do projeto e abrem novas oportunidades para terapias reposicionadas no cancro e noutras doenças. -
Hugo Filipe – “RePo-SUDOE – A translational network for drug repurposing in the SUDOE space”
A apresentação de Hugo Filipe foca-se na criação de uma rede translacional para o reposicionamento de fármacos no espaço SUDOE, em resposta à ainda limitada contribuição da região para a investigação global neste campo, comparada a países líderes como a China, os Estados Unidos ou o Reino Unido.
A sua intervenção destaca três objetivos principais: (i) aumentar a visibilidade e a compreensão das tecnologias de reposicionamento, (ii) fomentar a colaboração multidisciplinar e a inovação conjunta, e (iii) introduzir ferramentas tecnológicas avançadas como uma sala 3D interativa com realidade virtual e aumentada para explorar interações fármaco-alvo e promover o ensino imersivo entre estudantes e jovens investigadores. Assim, o projeto reforça a competitividade dos centros de I&D da região e consolida o SUDOE como um ator-chave na Europa. -
João Joaquim – “RePo-SUDOE: Promoting drug repurposing in the SUDOE region through Public Health engagement and scientific literacy”
A intervenção de João Joaquim coloca em destaque o papel da saúde pública e da literacia científica como pilares essenciais para que a inovação em reposicionamento de fármacos beneficie toda a sociedade.
Sublinha o trabalho liderado pela Sociedade Portuguesa de Saúde Pública (SPSP) na disseminação e transferência de conhecimento através de workshops, escolas de verão, materiais educativos e policy briefs. Estas atividades aproximam os avanços do projeto de profissionais de saúde, decisores políticos, estudantes e cidadãos, promovendo a integração do reposicionamento de fármacos nos sistemas de saúde e contribuindo para a equidade no acesso a terapias inovadoras.
Compromisso com a inovação e a colaboração transnacional
A participação do RePo-SUDOE no RExPO25 reflete o compromisso do projeto com a inovação biomédica, a criação de conhecimento aberto e a colaboração transnacional. Com estas contribuições, o sudoeste europeu avança para um modelo de investigação mais integrado e competitivo, colocando o paciente no centro e apostando em acelerar a chegada de novas terapias a quem mais precisa.