Nos dias 26 e 27 de novembro, a equipa do projeto visitou a localidade de Montrejeau (Midi-Pyrénées, Occitanie) para conhecer em primeira mão os resultados desta nova metodologia aplicada na Floresta de Tilhouse (65).
A visita, organizada pela delegação do Massif des Pyrénées da Union des Communes Forestières du Grand Sud (UGS), permitiu observar o trabalho desenvolvido pela equipa técnica liderada por Irène Sénaffe e analisar como as medidas de gestão implementadas contribuem para preservar a biodiversidade sem comprometer a redução do risco de incêndios.
Durante a sessão de trabalho, Irène Sénaffe, delegada do Massif des Pyrénées (UGS), apresentou as boas práticas aplicadas para conciliar os objetivos de prevenção de incêndios com a conservação dos ecossistemas florestais. Ela destacou a importância de reduzir a massa combustível de forma seletiva, bem como de planear a gestão florestal a partir de uma perspectiva integral, considerando os valores ambientais, sociais e económicos do território.
No terreno, na parcela da Floresta Antiga de Tilhouse, os representantes municipais Jean-Michel Viau e Jean Naranjo, Adjoints au Maire, explicaram o papel fundamental que os municípios desempenham na gestão preventiva do território e na conservação dos seus recursos naturais.
A pilotagem incorporou novas ferramentas técnicas para identificar as áreas de maior sensibilidade ecológica e para planear intervenções que minimizem os impactos na flora e na fauna. Nesta linha, Guillaume Arlandes, engenheiro de Sistemas de Informação Geográfica (Pyrénées Cartographie), partilhou a metodologia cartográfica aplicada, baseada em SIG e em critérios ambientais de alta precisão para orientar os trabalhos florestais.
Por sua vez, Léa Pradines, coordenadora da carta florestal do território (PETR du Pays des Nestes), expôs como o planeamento florestal à escala local permite integrar estas medidas em estratégias mais amplas de desenvolvimento territorial e adaptação às alterações climáticas.
O BIO4RES tem como objetivo melhorar a prevenção e a gestão do risco de incêndios nas florestas do espaço SUDOE através da valorização sustentável da biomassa extraída. Isto permite consolidar a viabilidade dos planos de prevenção, reduzir o risco e, ao mesmo tempo, fortalecer a resiliência das florestas sem comprometer os seus serviços ecossistémicos.
O projeto também promove a utilização da biomassa como recurso energético renovável, gerando oportunidades de emprego e desenvolvimento económico para as zonas rurais. Desta forma, contribui para enfrentar alguns dos principais desafios atuais do meio florestal: prevenção de incêndios, proteção da biodiversidade, luta contra o despovoamento rural e descarbonização.