Conheça Gonçalo Melo, selecionado na segunda convocatória com o seu projeto Planta Smart Homes.
Fala-nos um pouco sobre ti e o teu percurso!
O meu nome é Gonçalo Melo. Sou português e tenho formação em Design de Produto Digital, sistemas baseados em IA e inovação arquitetónica. Estudei e trabalhei durante vários anos em Amesterdão, participando em projetos de design de grande escala, incluindo o desenvolvimento de sistemas visuais para a sede da Philips em Amesterdão. Ao longo do meu percurso, concentrei-me na criação de produtos que integram design, engenharia e inteligência, colaborando com empresas internacionais como a Unicage (engenharia de dados, automação e sistemas em Python).
A minha paixão pelo design sistémico e pela automação acabou por levar-me a criar a Planta Smart Homes, onde desempenho atualmente o cargo de CEO.
Como soubeste do SCAIRA?
Conheci a SCAIRA através da Startup Portugal. O que me chamou a atenção de imediato foi a qualidade dos seus parceiros corporativos (Renault–HORSE, Airbus Atlantic, Aerospace Valley), a solidez da sua visão europeia de sustentabilidade e a oportunidade de trabalhar num desafio industrial concreto com impacto real. O programa destacava-se como uma das poucas iniciativas europeias que realmente ligam startups a grandes atores industriais.
Em que fase se encontra atualmente a tua start-up?
A Planta Smart Homes encontra-se atualmente numa fase inicial de tração, com o seu conceito central totalmente desenvolvido e o MVP em curso (Core OS, uma camada de automação inteligente). O projeto já foi selecionado para três programas de aceleração de grande relevância: SCAIRA (UE / Renault–HORSE / Airbus), NEXXT Ideas Leiria e Techstars Startup Week Guimarães. Estamos agora a preparar a nossa primeira integração piloto a nível industrial. O projeto está a crescer rapidamente, tanto no plano técnico como no empresarial.
Qual é a natureza do teu projeto e que problema pretende resolver?
A Planta Smart Homes está a desenvolver o Core OS — agora denominado Planta OS —, um sistema operativo para habitações inteligentes que integra IA, arquitetura, sensores e gestão de energia. O problema central que procuramos resolver é que a habitação continua a ser demasiado cara, estática, ineficiente e não inteligente por definição.
A nossa missão é:
• Tornar as habitações inteligentes desde a origem, e não através de dispositivos adicionais considerados artigos de luxo.
• Reduzir os custos de habitação e de energia através de adaptação em tempo real.
• Levar a eficiência industrial ao ambiente residencial.
• Permitir sistemas de vida sustentáveis, modulares e flexíveis.
Nos próximos anos, imagino a empresa a estabelecer um novo padrão global para a habitação inteligente e adaptável — começando na Europa e expandindo-se a nível mundial.
Que serviços do SCAIRA escolheste?
Serviço 1: Formação jurídica e administrativa para a criação de uma start-up.
Serviço 3: Oportunidades de financiamento público nacional para start-ups e inovações verdes.
Serviços 6 e 7: Desenvolvimento da prova de conceito (PoC) e do produto mínimo viável (MVP).
Serviço 8: Acolhimento à industrialização: roteiro técnico e de sustentabilidade.
Serviço 11: Desenvolvimento do plano de negócios e do Business Model Canvas.
Quais são os teus objetivos a curto prazo durante o programa de aceleração?
Durante o programa de aceleração, as nossas prioridades passam por desenvolver um módulo industrial claro que responda diretamente ao desafio de optimização energética proposto pela HORSE, ao mesmo tempo que reforçamos a nossa estratégia de propriedade intelectual e a proteção de patentes para a integração entre software e hardware. Pretendemos também estruturar um plano de negócios e um modelo financeiro sólidos para a fase seguinte, criar a primeira prova de conceito intersectorial que ligue a habitação à gestão energética industrial e expandir a estrutura da empresa enquanto nos preparamos para uma ronda inicial de investimento.
Qual é o teu público-alvo e que necessidades procuras satisfazer?
Os nossos principais mercados-alvo incluem promotores imobiliários e empresas do setor da habitação, parceiros industriais que trabalham nas áreas de energia, automação e sustentabilidade, municípios que implementam infraestruturas inteligentes e early adopters de sistemas habitacionais sustentáveis e modulares. Em todos estes setores, respondemos à crescente necessidade de soluções de habitação acessíveis, inteligentes e eficientes, bem como de sistemas de optimização energética capazes de funcionar de forma eficaz tanto em contextos residenciais como industriais.
Que desafios identificas atualmente?
Os nossos principais desafios passam por assegurar o financiamento necessário para protótipos em grande escala, proteger a propriedade intelectual do sistema Core OS e recrutar e estruturar uma equipa multidisciplinar sólida. Enfrentamos também a complexidade técnica de integrar IA, sensores e automação num sistema unificado, garantindo ao mesmo tempo que os prazos de desenvolvimento se mantenham alinhados entre os nossos parceiros europeus.
Tens uma equipa?
A Planta Smart Homes é atualmente liderada por mim, assumindo as funções de CEO bem como a estratégia de design e produto. Contamos com o apoio da Unicage para engenharia de software, automatização de dados e infraestrutura em Python; da Mobinov para mentoria industrial; e de colaboradores externos especializados em eletrónica, energia e consultoria em IoT. Estamos a preparar o alargamento da equipa com a entrada de um responsável dedicado ao desenvolvimento de negócio e de engenheiros de robótica ou automação. No conjunto, operamos como um laboratório de inovação ágil, focado em inteligência, automação e design modular.