Conheça a Mariana Vasquez, selecionada na segunda convocatória com o seu projeto CeroZero.
Fala-nos um pouco sobre ti e o teu percurso!
Sou psicóloga e investigadora aplicada, com um mestrado em Psicologia do Consumidor e experiência profissional em estudos de mercado e projetos de inovação centrados nas necessidades reais dos utilizadores e na redução de riscos comportamentais.
Durante um projeto de observatório de tendências, identifiquei o consumo de álcool e drogas como um dos fatores principais e persistentes da sinistralidade rodoviária, responsável por cerca de 25 % das mortes por acidentes de viação na Europa, com um impacto ainda maior em determinados segmentos. Apesar disso, constatei a ausência de soluções preventivas escaláveis capazes de atuar antes de ocorrer a condução.
Esta constatação levou-me a impulsionar o projeto CeroZero, que combina as ciências do comportamento, a avaliação neuromotora baseada na voz e a tecnologia digital, com o objetivo de contribuir para ecossistemas de mobilidade mais seguros.
Como soubeste do SCAIRA?
Descobri a SCAIRA através do LinkedIn e interessei-me de imediato pela sua clara alinhamento com as prioridades europeias em matéria de mobilidade, em particular com o roteiro europeu Vision Zero.
O que mais me atraiu foi o posicionamento da SCAIRA como uma ponte entre a inovação, a indústria e a implementação, especialmente pela sua estreita ligação ao ecossistema da indústria automóvel e da mobilidade, onde a segurança, a prevenção e a mobilidade inteligente são prioridades estratégicas.
Em que fase se encontra atualmente a tua start-up?
O projeto encontra-se numa fase avançada de aperfeiçoamento do MVP. Em paralelo, estamos a trabalhar nos aspetos regulamentares, legais e de entrada no mercado, bem como na identificação de clientes e na validação precoce de casos de uso.
A solução opera na interseção entre a investigação científica (avaliação da coordenação neuromotora baseada na voz), a tecnologia digital e a gestão de riscos na mobilidade, o que exige uma abordagem estruturada em termos de validação e preparação para a sua adoção industrial.
Qual é a natureza do teu projeto e que problema pretende resolver?
O projeto centra-se na deteção de alterações na coordenação neuromotora — habitualmente associadas ao consumo de álcool ou drogas — no momento crítico em que uma pessoa tenta ativar ou aceder a um veículo (automóvel, motociclo ou veículo de mobilidade partilhada).
A solução foi concebida como um teste digital curto e escalável, passível de ser utilizado em dispositivos móveis e integrável em sistemas de acesso a veículos ou plataformas de gestão de frotas. Quando é detetado um nível de risco elevado, o acesso ao veículo pode ser temporariamente bloqueado.
O objetivo é fazer evoluir a segurança rodoviária de uma abordagem reativa para uma abordagem preventiva, reduzindo os acidentes antes de estes ocorrerem. Esta abordagem tem um impacto direto na gravidade e na frequência dos sinistros, na redução de danos humanos e na volatilidade de custos para operadores de frotas e seguradoras, ao mesmo tempo que promove serviços de mobilidade mais seguros e acessíveis.
Que serviços do SCAIRA escolheste?
Serviço 1: Formação jurídica e administrativa para a criação de start-ups.
Serviço 2: Formação em propriedade intelectual.
Serviços 3 e 4: Oportunidades de financiamento público nacional para start-ups e inovações verdes.
Serviços 6 e 7: Desenvolvimento de prova de conceito (POC) e de Produto Mínimo Viável (MVP).
Serviço 8: Capacitação para a industrialização: roteiro técnico e de sustentabilidade.
Serviço 10: Marketing e comunicação empresarial.
Serviço 11: Elaboração do plano de negócios e do Business Model Canvas.
Serviço 13: Preparação do projeto para a sua apresentação à indústria e a investidores, incluindo o registo na LOOM.
Serviço 14: Encontros B2B entre start-ups e empresas industriais, e encontros B2F entre start-ups e investidores.
Quais são os teus objetivos a curto prazo durante o programa de aceleração?
Durante o programa, o meu objetivo é trabalhar com os mentores da SCAIRA e com especialistas europeus para:
• validar a solução numa perspetiva técnica, regulamentar e industrial;
• definir e priorizar casos de uso-chave nos domínios da indústria automóvel, da mobilidade partilhada e da gestão de frotas;
• reforçar o nível de preparação do projeto para o seu desenvolvimento piloto e para o estabelecimento de parcerias.
Em última análise, pretendo aumentar a maturidade e a credibilidade do projeto, bem como o seu alinhamento com os requisitos da indústria, de modo a prepará-lo para a sua implementação em contextos reais.
Qual é o teu público-alvo e que necessidades procuras satisfazer?
O mercado-alvo principal inclui operadores de mobilidade de alto risco, como frotas de mobilidade partilhada, empresas de aluguer de veículos, frotas corporativas, seguradoras e intervenientes do setor automóvel interessados em soluções de segurança preventiva. A sua principal necessidade é reduzir acidentes graves através de tecnologias escaláveis, baseadas em evidência e de fácil integração, que possam ser implementadas antes do início da condução.
Que desafios identificas atualmente?
O principal desafio consiste em avançar com uma solução pioneira de segurança preventiva num domínio com poucos referenciais existentes, abordando simultaneamente os requisitos de validação, aceitação regulamentar e integração na indústria.
Tens uma equipa?
Colaboro com especialistas em processamento da linguagem natural e análise da fala, bem como com programadores de software responsáveis pela implementação técnica do MVP.