Esta secção tem por objetivo apresentar cada beneficiário, explicar o seu sector e descrever o seu trabalho no âmbito do projeto. Hoje é a vez de Pedro Tomás Martín de la Vega e María Tosina, da Promedio.
O que é a Promedio?
A Promedio é o Consórcio para a Gestão dos Serviços Ambientais da Deputação Provincial de Badajoz. O principal objetivo do consórcio é a gestão do ciclo urbano da água e dos resíduos nos municípios da província de Badajoz. Entre os seus objetivos está também a integração da I&D+i (Investigação, Desenvolvimento e Inovação) como um mecanismo de melhoria na prestação de serviços.
Há quanto tempo trabalham na Promedio e qual é o vosso percurso e função na instituição?
Pedro Tomás Martín de la Vega Manzano, Chefe da Unidade de I&D+i: a minha carreira na Promedio começou como responsável pelo Laboratório de I&D+i, criado em 2015. Este laboratório tinha um duplo objetivo: por um lado, integrar uma equipa de doutorados e investigadores com capacidade para dotar o consórcio de pessoal qualificado e competente para projetos de investigação; por outro, prestar serviços analíticos às infraestruturas geridas pelo consórcio, tornando-se, em 2018, no primeiro laboratório acreditado segundo a norma UNE EN ISO 10725 para o cumprimento da monitorização das autorizações de descarga na Extremadura. A partir daí, a Promedio começou a participar em projetos de investigação regionais, nacionais e europeus, contando atualmente com um orçamento cofinanciado para investigação e inovação superior a 20 milhões de euros.
María Tosina Fernández, Técnica de Laboratório de Nível Médio: o meu primeiro contacto com a Promedio foi no âmbito da minha formação académica, entre 2022 e 2023, durante a qual realizei estágios universitários e de ensino superior no laboratório de I&D+i. No final de 2024, comecei a trabalhar na Promedio como técnica de laboratório no projeto SOLLAGUA, ao qual estou atualmente totalmente dedicada.
O que gostam no vosso trabalho?
Pedro: o aspeto mais atrativo do trabalho em I&D+i é conseguir levar a investigação e inovação para a prática, avaliando melhorias nos serviços de gestão do ciclo urbano e posicionando a província de Badajoz como uma referência na aplicação da investigação em contextos rurais.
María: na minha opinião, o mais interessante em trabalhar em investigação é a resolução de problemas e, nesse sentido, o trabalho em equipa e a sensação de que cada pessoa pode contribuir para alcançar um bem comum.
Este é o vosso primeiro projeto europeu?
Pedro: não. Os projetos transnacionais são muito interessantes pelo intercâmbio de experiências, pela discussão de resultados com parceiros cuja realidade é diferente, e pela avaliação das melhorias introduzidas pelos projetos noutros territórios. Para a Promedio, é relevante manter um canal de investigação aberto e aplicado à prestação dos seus serviços.
María: no meu caso, é a primeira vez que participo num projeto europeu. Sem dúvida, o mais surpreendente e interessante tem sido descobrir quão diferentes podem ser as realidades em países que, à partida, consideramos muito semelhantes devido à proximidade geográfica e cultural. Acredito que os debates e trocas de opiniões que surgem dessas diferenças são extremamente enriquecedores, não só para o projeto em si, mas também para as pessoas envolvidas.
O que torna o SOLLAGUA interessante para a Promedio?
A Promedio integrou o consórcio do projeto SOLLAGUA devido à sua estrutura sólida. O conjunto de beneficiários inclui todos os intervenientes na cadeia de valor da reutilização da água. Além disso, era necessária a integração de um gestor público de água para a parte espanhola, com uma entidade parceira homóloga em Portugal e outra em França, o que permitiu à Promedio avaliar e comparar experiências e resultados com os seus pares da área SUDOE.
O SOLLAGUA é especial para a Promedio devido à própria estrutura do consórcio, que abrange realidades muito distintas no campo da reutilização, mas que são abordadas a partir de uma perspetiva conjunta, permitindo, por sua vez, a criação de Living Labs orientados para a reutilização, que irão enriquecer a participação de todos os agentes da cadeia de valor da reutilização de águas residuais.
Qual é a missão da Promedio no projeto SOLLAGUA?
No âmbito do projeto SOLLAGUA, a Promedio é responsável pela avaliação das necessidades dos intervenientes na cadeia de valor da reutilização de águas residuais em contextos rurais, dada a sua proximidade ao setor da água. Será também responsável pela implementação de um piloto numa ETAR, para testar como as soluções baseadas na natureza (SBNs) podem ser usadas de forma eficaz e sustentável na reutilização de águas residuais em zonas rurais sujeitas a condições climáticas adversas.
Em que estão atualmente a trabalhar?
Neste momento, o trabalho está focado na definição da tecnologia a aplicar no piloto demonstrador do lado espanhol, com uma configuração hidráulica flexível que permita testar diferentes estratégias de gestão. Estão também a ser definidos os parâmetros de monitorização, tendo em conta as alterações regulamentares em curso relativas ao tratamento de águas residuais urbanas e à reutilização de água.
Quais são os principais desafios atualmente?
O maior desafio é promover a reutilização de águas residuais em meio rural através da implementação de soluções baseadas na natureza. Atualmente, a percentagem de reutilização de água é muito baixa, especialmente em regiões do interior, devido à falta de conhecimento, ausência de uma governação clara ou razões económicas. Esta realidade, aliada à grave crise climática, acentuou a necessidade de diversificar os usos da água. No entanto, ainda há muito trabalho a fazer.
Quais são as principais conclusões até à data?
Até agora, foram analisadas as necessidades de reutilização de água por parte dos intervenientes na área SUDOE, com conclusões muito relevantes. Foram identificadas diferenças claras entre as necessidades detetadas na parte francesa e as identificadas em Espanha e Portugal. Por exemplo, para Espanha e Portugal, a principal fonte de água identificada para reutilização foi a proveniente das estações de tratamento de águas residuais, enquanto, no caso francês, a fonte apontada foi a recolha de águas pluviais.
À ce jour, les besoins en réutilisation de tous les acteurs de la zone SUDOE ont été analysés, montrant des conclusions très significatives, car il existe des différences claires entre les besoins détectés dans la partie française et ceux détectés dans les parties espagnoles et portugaises. Par exemple, pour l’Espagne et le Portugal, la principale source d’eau identifiée pour la réutilisation était l’eau sortant des stations d’épuration, alors que dans le cas français, la source d’eau identifiée était la collecte des eaux pluviales.
Qual será, na vossa opinião, o contributo do SOLLAGUA após o seu término nos planos científico, social e económico?
Após o fim do projeto, prevê-se a existência de três Living Labs, entendidos como espaços de intercâmbio orientados para a reutilização da água. Desta forma, será possível oferecer à população da área SUDOE locais de partilha de questões económicas, avanços científicos e até preocupações sociais. Por outro lado, os resultados obtidos pelos demonstradores implementados nas diferentes regiões permitirão partilhar dados sobre a qualidade da água reutilizada, avaliar o desempenho das soluções baseadas na natureza em distintos ambientes e analisar o ciclo de vida e a pegada ambiental dessas tecnologias.
Segue-nos!
➡️@SOLLAGUAproject
➡️SOLLAGUA – Interreg Sudoe
➡️@SOLLAGUA-InterregSUDOE
➡️SOLLAGUA Newsletter
