- O projeto europeu SharedH2-SUDOE procura consolidar o hidrogénio renovável como uma solução viável de armazenamento de energia em comunidades de autoconsumo, especialmente em zonas rurais.
- A iniciativa, que abrange territórios em Espanha, Portugal e França, pretende avançar no conhecimento técnico e científico do setor, além de testar soluções inovadoras em pelo menos três enclaves estratégicos dentro do território SUDOE.
Desde o seu início, em 1 de janeiro de 2024, o SharedH2-SUDOE convocou fóruns de inovação e reuniões de trabalho para promover a cooperação entre os seus parceiros. Um dos seus principais objetivos é a elaboração de um roteiro para a economia europeia baseada em energias renováveis, com especial ênfase no hidrogénio verde. A iniciativa envolve também atores-chave do setor energético, como autoridades locais, empresas, consumidores, instituições educativas e comunidades energéticas.
Um dos primeiros resultados deste projeto foi a elaboração de um Diagnóstico sobre a geração, distribuição, armazenamento e utilização do hidrogénio verde no espaço SUDOE em pequena escala. Atualmente, esta iniciativa está a ser desenvolvida em duas vertentes: uma é a avaliação do consumo energético, através do desenvolvimento de uma plataforma de previsão que analisa o excedente energético das comunidades que participam no projeto, e a outra centra-se na implementação de três casos-piloto em Espanha, Portugal e França.
Os projetos-piloto da SharedH2-SUDOE
O caso-piloto de Espanha tem lugar num polígono industrial na localidade de Bembibre, na comunidade de Castela e Leão, onde foi criada uma comunidade energética local. Esta iniciativa público-privada baseia-se na produção de hidrogénio através do excedente de energia solar e procura gerar um abastecimento energético mais competitivo e sustentável que possa contribuir para a autossuficiência da zona com energias limpas, além de reduzir os custos operacionais.
O projeto desenvolvido em Bembibre também prevê a criação de rotas turísticas com bicicletas a hidrogénio nos arredores de Las Médulas, em El Bierzo (León), declaradas Património da Humanidade pela UNESCO, bem como a geração de aquecimento e bombas de calor para instalações públicas.
Em Portugal, o projeto-piloto está a ser desenvolvido em três municípios do Alto Alentejo e de Leiria, onde se analisa o excedente de energia elétrica gerada por painéis fotovoltaicos instalados em edifícios municipais. O objetivo é poder transformar a energia excedente em hidrogénio verde para incentivar a mobilidade sustentável, o que inclui um estudo comparativo entre autocarros a gasolina e autocarros a hidrogénio, e a instalação de um mini laboratório demonstrativo sobre a produção e utilização do hidrogénio no Espaço Sudoe.
No que diz respeito à França, o projeto-piloto está a ser realizado no parque tecnológico do campus universitário de Estia, no município de Bidart, na Nova Aquitânia, onde foi instalada uma estação de hidrogénio em março de 2025. O processo de funcionamento baseia-se na utilização do excedente da produção fotovoltaica para produzir hidrogénio que será transformado em eletricidade e alimentará um edifício durante o inverno, quando o consumo energético é maior. No campus também foi instalada uma estação de recarga para bicicletas a hidrogénio, com o objetivo de promover a mobilidade sustentável.
