ECOSPHEREWINES de perto com Alfonso Ribas, Diretor de Pesquisa e Inovação da FJDV

ECOSPHEREWINES permitirá obter um conhecimento profundo sobre os efeitos da incorporação de Soluções Baseadas na Natureza nas diferentes fases do cultivo da videira.

Nesse sentido, o Interreg Sudoe nos proporcionou a oportunidade de reunir conhecimento em nível internacional para demonstrar como a ciência e a inovação podem transformar a forma como gerenciamos e protegemos nossos recursos naturais.

Em que consiste o projeto ECOSPHEREWINES?

O projeto ECOSPHEREWINES foca na melhoria das paisagens vitivinícolas, um recurso econômico e turístico chave na região SUDOE, especialmente em áreas do interior afetadas pela despovoação e envelhecimento. Nestes territórios, a preservação do capital natural e ambiental é essencial para as comunidades rurais, uma vez que representa uma fonte vital de riqueza.

O objetivo do projeto é potencializar os Serviços Ecossistêmicos (SE) que os paisagens vitivinícolas oferecem, por meio da criação de uma rede de infraestrutura verde (IV) em áreas de alto valor ecológico. Essa estratégia busca a sua conservação e gestão sustentável, melhorando a biodiversidade e aumentando a resiliência desses ecossistemas frente às mudanças climáticas.

Quais resultados vocês esperam obter com o projeto?

Para alcançar nosso objetivo, realizamos uma primeira fase de análise que incluiu uma revisão do estado da arte sobre IV e sua implementação em diferentes projetos do espaço SUDOE. Também trabalhamos na identificação dos fatores que facilitam ou dificultam sua aplicação e na caracterização das paisagens vitivinícolas das áreas piloto do projeto (noroeste da península ibérica e França), onde intervenções serão realizadas, seguidas de monitoramento e avaliação.

O principal resultado esperado é obter um conhecimento profundo sobre os efeitos da incorporação de Soluções Baseadas na Natureza (SBN) nas diferentes fases do cultivo da videira. Espera-se avaliar esses efeitos em vários níveis, como as características do solo, as condições das plantas e o índice de biodiversidade, entre outros. Os resultados obtidos serão compilados em um Guia Estratégico e um Plano de Ação, que poderão ser replicados em outras paisagens vitivinícolas.

O que significa para a FJDV coordenar este projeto?

Liderar o projeto ECOSPHEREWINES representa uma valiosa oportunidade para a Fundação Juana de Vega materializar seus objetivos estratégicos por meio de ações concretas. A Fundação, que se dedica a promover o conhecimento, a conservação e o desenvolvimento do meio rural na Galícia, especialmente na formação de sua população ativa, na preservação de seu ambiente natural e humano, e na melhoria de sua base econômica, encontra neste projeto um meio ideal para avançar nessas áreas.

A liderança no ECOSPHEREWINES permite à Fundação realizar pesquisas como a avaliação de SE e a implementação de SBN nas culturas. Além disso, facilita a realização de ações de formação, divulgação e transferência de conhecimento, como os workshops de participação cidadã e as jornadas de difusão de resultados que estão planejadas ao longo do projeto.

O que representa para você, como diretor da área de Pesquisa e Inovação, coordenar este projeto?

Coordenar este projeto é uma grande oportunidade e um desafio empolgante para mim como diretor da área de Pesquisa e Inovação. Isso significa poder aplicar e expandir nossos conhecimentos na integração de soluções inovadoras no setor agrícola, particularmente na viticultura, uma área de grande relevância para nossa região. Além disso, me permite liderar uma equipe multidisciplinar comprometida com a sustentabilidade e a melhoria das paisagens rurais, o que fortalece nosso impacto na conservação do meio ambiente e no desenvolvimento de práticas agrícolas mais resilientes e sustentáveis.

Esse papel também me proporciona a oportunidade de fomentar a transferência de conhecimento e a colaboração internacional, elementos-chave para o sucesso de um projeto Interreg Sudoe. É uma ocasião única para demonstrar como a ciência e a inovação podem transformar a forma como gerenciamos e protegemos nossos recursos naturais, e para mim, é uma honra e uma responsabilidade poder contribuir para esses objetivos a partir de uma posição de liderança.

Por que você acredita que a cooperação internacional é fundamental em uma iniciativa como ECOSPHEREWINES?

Diante da atual crise climática, exemplificada pelas recentes secas extremas em diversas regiões da Europa e pela alarmante perda de biodiversidade, é fundamental reunir conhecimento em nível internacional para enfrentar esses desafios a partir de uma perspectiva holística que integre especialistas de diferentes disciplinas.

O consórcio ECOSPHEREWINES é composto por 13 entidades com ampla experiência em áreas-chave relacionadas à viticultura e à sustentabilidade. Além dos parceiros do consórcio, contamos com o apoio oficial de 25 entidades associadas que se juntaram ao projeto.

Qual é a contribuição técnica da Fundação para o ECOSPHEREWINES?

A Fundação Juana de Vega, como beneficiária principal, tem a responsabilidade de coordenar o projeto. No nível técnico, participamos da caracterização das paisagens vitivinícolas durante a primeira fase do projeto e, atualmente, estamos avançando em duas frentes. Por um lado, estamos desenvolvendo uma metodologia específica para avaliar os SE de interesse nos diferentes projetos piloto. Por outro lado, estamos projetando o projeto de intervenção, que inclui a implementação de SBN na zona experimental de Mariñas-Betanzos.

Com os olhos voltados para o futuro, o que você acredita que significará para vocês ter participado deste projeto?

O mais enriquecedor deste projeto é seu ambiente colaborativo e a oportunidade de trabalhar com especialistas de diversos países e disciplinas. Para a Fundação, representa uma excelente oportunidade de aprender e estabelecer conexões com outras organizações, ao mesmo tempo em que valoriza o trabalho realizado na Galícia para melhorar o meio ambiente e a qualidade de vida das pessoas.