Região de Múrcia avança com ações-piloto no projeto SocialForest em colaboração com a UPV

A Comunidade Autónoma da Região de Múrcia continua a avançar com as ações-piloto no âmbito do projeto SocialForest, uma iniciativa que reúne especialistas de Espanha, França e Portugal para melhorar a gestão de florestas particularmente vulneráveis no sul da Europa. A atividade experimental tem como objetivo avaliar o impacto da silvicultura nas massas florestais, através de um estudo inovador sobre a disponibilidade de água no subsolo.

Esta investigação será realizada em colaboração com o Departamento de Engenharia Hidráulica e Meio Ambiente da Universidade Politécnica de Valência (UPV), parceiro do projeto SocialForest e especialista nesta área.

A área de intervenção foi selecionada esta semana após visita técnica a várias parcelas de Montes de Utilidade Pública nos municípios de Caravaca de la Cruz, Moratalla e Cehegín. Após a avaliação, decidiu-se realizar a ação-piloto na Serra de Burete, em Cehegín, mais especificamente no Monte de Utilidade Pública Coto Real de la Marina, assim denominado pela sua exploração histórica pela Marinha espanhola. Esta área florestal, incluída na Rede Natura 2000 e designada como Sítio de Importância Comunitária (SIC), é dominada por pinheiros-bravos (Pinus halepensis). O objetivo é conservar a floresta com gestão ativa, evitando a degradação ou a substituição por mato, o que contribuiria para o avanço da desertificação.

Foram selecionados dois povoamentos semelhantes de 15 a 20 hectares. Em um deles serão realizados trabalhos de melhoria florestal, enquanto o outro ficará intocado. A comparação permitirá avaliar o impacto real das medidas de gestão. Indicadores de disponibilidade de água serão medidos com ferramentas como piezômetros.

A importância da gestão florestal

Com esta e outras ações-piloto promovidas pelos parceiros do SocialForest, pretende-se demonstrar a necessidade da gestão florestal na conservação das florestas. Esta área específica em Múrcia, extremamente árida, serve de exemplo dos riscos associados às alterações climáticas. Intervir aqui permitirá identificar medidas replicáveis noutras florestas do sul da Europa afetadas pela desertificação.

Segundo investigações da Direção-Geral do Património Natural e Ação Climática da Região de Múrcia, a silvicultura promove maior disponibilidade de luz, água e nutrientes, favorecendo o crescimento saudável das árvores. O estudo também avaliará a adaptação às mudanças climáticas face a riscos como erosão, incêndios, pragas e seca.